Manuel Cruz

Borboleta
Se eu largar eu sinto a sua falta Se eu agarro ela perde a côr Ela não é dos meus dedos É dos meus medos E faço-me passar por uma flor Tento imaginar o que ela diz À espera de aprender À face da rua existe a lua Mas não é tua À margem da estrada não há nada Mas já te agrada Tu és o teu mundo Tu és o teu fundo Tu és o teu poço És o teu pior almoço És a pulga na balança És a mãe dessa criança És o mal És o bem És o dia que não vem Agora pára de fazer sentido Não vês que assim estás a pisar fora da estrada Vê se agora páras de fazer sentido Letras de cancionesNão vês que nada nos dirá mais do que nos diz nada Vê que o meu coração ainda salta Quer e julga ser capaz Não o faça por meus medos Faça nos dedos E eu fico para ver o que ele faz Sem imaginar o que eu não fiz À espera de viver À face da chama existe a fama Mas não te ama À margem do nada não há estrada Já não te agrada Tu és o teu preço És a tua glória Tu és o teu medo És a parte má da história Vê que o sol ainda brilha Ainda tem por onde arder Não é mau Não é bem São razões para viver Agora pára de fazer sentido Não vês que assim estás a pisar fora da estrada Vê se agora páras de fazer sentido Não vês que nada nos dirá mais do que nos diz nada Se eu largar eu vou sentir a sua falta Tu és tu sempre que tu és És mesmo tu quando pensas que és outra coisa E tu pensas que não mas tu és mesmo bom a ser sempre Quem és Daí o teu motivo ser inapagável Daí o teu desejo ser incontornável O prazer é tão maleável Daí o seu valor ser inestimável From Letras Mania