Jorge Guedes E Família

Sem Tinta
Eu sou o próprio gaúcho sem tinta e sem fantasia Venho do ermo do pampa, com sestro e com rebeldia! Não trago nenhum discurso dobrado embaixo do braço o que é preciso ser feito, eu não enfeito, mas faço! Meu laço não é bonito, mas me garante o sustento e quando cerra, estou certo que não “remalha” um só tento! O meu apero não brilha, porque já é veterano não é dos que veem cavalo somente uma vez por ano! Sou o gaúcho dos campos, não o das fotografias Pra quem a lida de campo jamais foi uma utopia Eu não desfilo nem danço, nunca fui numa mateada mateio à beira do fogo nos braços da madrugada! Eu sou o próprio gaúcho, não sou um tipo oficial marcado e assinalado por um galpão regional Me gusta ser orelhano, sem fronteira ou documento meu ancestral, o gaudério, não tinha regulamento! Quando as bandeiras desfilam no colorido da praça estou no fundo do campo como um guardião desta raça Eu evito os refletores, no meu exílio campeiro eles agridem meus olhos que são irmãos do candeeiro! From Letras Mania