Mão Morta
Estilo
na lapela uma agulha adornada c’um brilhantena orelha uma argola de pirata petulanteo andar afectado de quem anda nas alturasespreitando do bolso um folheto com torturasou então um volume de cozinha libertáriaque ninguém percebia ao fazer a culináriatodo o dia a jogar a um jogo de charadasentre copos de absinto e mistelas inaladasrecitamos poemas em delírio fonéticoinventamos dadá em registo frenéticoe depois já cansados vamos todos para a camanuma orgia colectiva que não vinha no programaé preciso é estilo! não cansamos de dizernum verniz de desdém que nos dá muito prazerassumindo o deboche cada vez mais descaradoinsurrectos em graça adorando o acto ousadosomos fãs da desbunda do deleite permanentee assim passa o tempo e com ele nova genteé preciso é estilo em delírio fonéticoé preciso é estilo adorando o acto ousadoé preciso é estilo de pirata petulanteé preciso é estilo vamos todos para a camaé preciso é estilo em deleite permanenteé preciso é estilo de quem anda nas alturas
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