Erasmo Carlos

Gigante Gentil
Dizem por aí que eu tenho cara de bandido E que mastigo abelha só pra degustar o mel Que eu faço tipo cafajeste, de um gigante bruto Que eu sou o espinho do caroço que sobrou do fruto Só que eu não posso com a peneira o sol tapar E pelas curvas da ironia derrapar Oferecer a outra face, nem pensar Já que um leão por dia eu tenho que matar Mesmo hostil qualquer gigante pode ser Gentil Mas quando dizem que o gigante é um morto-vivo Perdido como um bicho sem carona no dilúvio Me assusto com o olho podre que vê ele assim Detonam o gigante e o estilhaço pega em mim Só que eu não posso com a peneira o sol tapar E pelas curvas da ironia derrapar Oferecer a outra face, nem pensar Já que um leão por dia eu tenho que matar Mesmo hostil qualquer gigante pode ser Gentil Gentil Gentil Gentil From Letras Mania